terça-feira, 25 de maio de 2010

Sessão vigésima terceira.

"- Quando a gente fica perto tem dez minutos de lucidez e depois enlouquece, você me enlouquece e eu te enlouqueço." 

(Eu sei que vou te amar, Arnaldo Jabor).


Não é a nossa cara? DR´s de um relacionamento sepultado até por e-mails, por encontros ao acaso, teu braço envolvendo minhas costas, nossos traumas envoltos em nossos silêncios. Até mudos a gente se enlouquece, um vendo o outro passar pelo outro lado da rua a gente se enlouquece, até quando um procura em negação o outro no meio da pista, a gente se enlouquece. Quando não te encontro, quando nunca mais te encontro, tu ainda me enlouquece. E quando sento e, segurando o copo, digo que estou bem, acho que nunca mais vou recuperar minha sanidade de novo. 

(Perdi meu equilíbrio quando veio, e mentia meu equilíbrio antes que viesse - do Caio, óbvio, me lembrei dela agora. Não de ti. Não me lembro mais de ti. Nem um pouco. Nem de como teu cabelo acordava em busca das minhas mãos, nem de como tu te aninhava no meu peito e era isso o que eu fazia de melhor no mundo: ser o ninho onde tuas palavras pudessem aprender a voar. Mas é caindo, meu bem, é caindo que as palavras aprendem a voar. Eu não. Quando eu caio, meu bem, é quando eu tenho certeza que sou mais casulo que asas).

E as borboletas mais bonitas que eu conheço morreram de solidão no meu estômago.

Tu me enlouquece em dez minutos. Paradoxal isso: eu te precisava pra vida inteira.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Sessão vigésima segunda.

Meu mundo estava caindo, e eu não chorei. As lágrimas não encontrariam teu colo. Acho que estou melhor. Sempre se fica melhor, não é mesmo? Tudo apodrece. Tudo envelhece. Até o que era bom em nós. Se chama amadurecimento. Frutas podres, esse é o estágio último da humanidade. Meu sorriso já perdeu o sumo. É só casca agora. 

Sim, bem melhor. Maravilhosamente bem.