Quero que me adivinhem por inteiro, mas sou só beiradas quando falo. Sou só beiradas quando sorrio. No meio do caminho, espero encontrar minhas próprias pegadas. Mas nunca estou onde me espero. Acho que nas sarjetas é que nasceu o assobio. O vento atrasado a gente chama de céu, depois do vinho vejo nuvens em desenhos. Minha palma da mão mostra mais passados que futuros. As linhas do rosto me dizem que vou ter uma vida rabiscada. Seria mais calma se escrevesse em arabescos, não desperdiçaria tanto o que sinto no que não sei dizer.
Acho que os gatos não dormiriam tanto se tivessem uma vida só. Ou talvez vivam mais de tanto dormir. Talvez até sonhem.
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